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Brasileños van a la lucha libre: o fenômeno cultural

Continuando a série “Cidade do México”, preciso falar de uma das coisas MAIS divertidas que vimos por lá: uma lucha libre.

Quando você for à Cidade do México, é possível que você fique tentado a comprar uma máscara de lucha libre. Tudo bem. Faça o que você quiser. Mas, pra gente, isso não era o bastante: precisávamos assistir a uma lucha, pra entender o FENÔMENO CULTURAL. A essa altura, você já me conhece, você já conhece Cid e você já sabe que a gente faz programa de turista, sim, mas a gente gosta mais ainda de se misturar aos locais. E lá fomos nós, no dia 6 de março, para a Arena México.

Como já contei neste post, já saímos do Brasil com o ingresso para a luta comprado – fomos instruídos a evitar táxi, então como não sabia exatamente qual era a da área perto da Arena, optei pelo passeio comprado no Viator em vez de comprar o ingresso (baratésimo) pelo Ticketmaster. Pelo motorista + máscaras + garrafinha de mezcal + segurança de ir com um local, achei que valeu a pena.

Nunca curti MMA, UFC, essas paradas violentas. Mas tenho um apreço especial por lutadores pop mexicanos, como Santo (el enmascarado de plata) e Blue Demon, que ultrapassaram a barreira do ringue e fizeram altos filmes de ficção científica low budget. E vocês sabem que não resisto a uma ficção científica low budget. Já para Cid, foi ainda mais mágico, já que, por ser quase dez anos mais velho que eu, ele chegou a assistir a vários programas de telecatch na TV quando criança, era fã de lutadores mesmo.

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Na entrada do estádio, dezenas de barraquinhas com todo o tipo de merchandising – centenas de máscaras diferentes, camisetas, bonequinhos, bonés. Cambistas, gente panfletando, gente chegando, e a gente sem poder fotografar, porque disseram que não podia entrar com câmera. Cid, esquecido como sempre, havia deixado o celular no bolso. Surpresa: celular podia, me arrependi de não ter levado o meu (o de Cid não tem a qualidade de filmagem muito boa).

Lá dentro, outra surpresa: estava meio vazio. Enquanto teorizávamos sobre uma provável decadência da lucha libre, as pessoas foram chegando. E chegando. E os vendedores de snacks oferecendo lanches – batatinhas, nachos, pipoca, TUDO acompanhado de sachês de molho de pimenta. E as pessoas não paravam de chegar. Famílias inteiras com crianças fantasiadas com máscaras. Adultos mascarados. Adultos que não se mascaravam porque torcem para os cabellera. Engolimos nossa teoria com meio litro de pimenta, e começou o espetáculo.

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E *é* espetáculo. Eu não fazia a MENOR ideia do que me esperava, mas pensei “bom, no México faça como os mexicanos”. Só não imaginava que seria tão diferente de UFC, MMA e demais porradarias – e, claro, tão mais divertido. O evento era um torneio de parejas, o que quer dizer que os lutadores entravam no ringue em duplas ou trios. Cada personagem tem uma história, um figurino específico, uma entrada triunfal – quase sempre ao som de metal ou hard rock, mas eventualmente alguém entrava ao som de cumbia, e antes do juiz falar qualquer coisa, os caras já estão se provocando e o porradeiro começa.

Conseguimos filmar uns trechinhos. Não dá pra ver muito bem, mas é o que temos, prova que estivemos mesmo lá 🙂

“Porradeiro” é modo de dizer. Aquilo é um show de ginástica olímpica, acrobacia, tapas de mão estalada, coreografias sincronizadas, teatro e muito, mas muito jogo para a plateia. Que torce, vibra, grita, toca cornetas, como se aquilo tudo fosse muito sério. Quer dizer, É sério. Todo mundo sabe que é ensaiado, mas ninguém sabe quem vai ganhar. Fãs e torcedores têm seus ídolos individuais, mas também já vêm de casa com suas preferências (mascarados vs cabelleras, quer dizer, sem máscara), ou torcem para quem está entretendo melhor no dia. E o fato de ser coreografado não quer dizer que seja dancinha: tem que ter muita estrutura pra cair no ringue como esses caras caem, pra suportar o peso de um brucutu desses voando em cima de você (mesmo com os braços protegendo a barriga, é tenso). Umas duas semanas depois da gente voltar de viagem, um acidente terrível vitimou El Hijo del Perro Aguayo, um luchador conhecidíssimo no México, porque uma patada do Rey Misterio (golpe que, em geral, se mata no peito ou na barriga) foi recebido direto na cabeça, causando um traumatismo craniano no lutador. Eeeeew. A lucha a que assistimos foi só alegria.

Aqui, uns trechos da luta que assistimos, no dia 6 de março, na Arena México:

E aqui, a última luta da noite: Rey Bucanero & Volador Jr. vs Máximo & Terrible. altas emoções!

A gente não viu nesse nível de detalhamento, ficamos razoavelmente longe do ringue. Mas vimos algo que esse vídeo não mostra, que é a empolgação dos mexicanos, especialmente nas últimas lutas (as primeiras são meio pra esquentar o clima). Dá pra ouvir aí, mas lá, no meio da galera era ainda mais intenso. Saí de lá fã de Maximo, o luchador gay mascarado cujo maior golpe é tentar beijar os adversários; Marco Corleone, o cabellera que fica sensualizando no ringue e volta e meia leva um cuecão dos adversários (JURO. ROLA O GOLPE DO CUECÃO); e dos anões mini me. Kemonito, mini-me do Atlantis, é um deles – sente o drama:

Claro que adoramos o programa. 🙂

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Se quiser saber mais, este link conta um bocado da história da lucha no México, desde suas origens (como todas as outras, a lucha veio do Pancrácio e foi evoluindo) até os dias de hoje, uma indústria que movimenta milhares e milhares de dólares. Já este disserta sobre as regras, elementos cênicos e outras particularidades.

* * *

Confira aqui os outros posts sobre a viagem à Cidade do México:

Onde nos hospedamos, como procuramos hotel, como levar dinheiro pra lá.

Conhecendo a cidade: como montamos nosso roteiro, o que visitamos e o que vamos deixar para a próxima

Como sobreviver à comida mexicana

Viajando para a cidade do México: guia de viagem

Eu e Cid resolvemos passar uma semana das nossas férias na Cidade do México. Escolhemos a Cidade do México por ser uma viagem razoavelmente barata, um idioma tranquilão, por ter museus, cultura e sítio arqueológico. Acabamos nos deparando com muito mais do que isso: um povo incrível, mais cultura do que esperávamos, uma cidade em transição de ‘violenta e hiper poluída’ para uma cidade para pessoas, onde se incentiva MESMO o uso da bicicleta, onde espaços públicos são espaços de convivência humana; existe, inclusive, um departamento de estudos sobre a Cidade do México da UNAM (a Universidade Autônoma do México) que produz estudos que subsidiam a criação de políticas públicas sobre a cidade (como isso aqui).

Enquanto turistas econômicos (não ficamos em hotel de luxo e os cuidados que tomamos foram os mesmo que tomamos em nossa própria cidade), que fazem amigos e deixam o coração na cidade, ficamos encantados.

Segue aqui a série de posts sobre a viagem. Espero que gostem:

Onde nos hospedamos, como procuramos hotel, como levar dinheiro pra lá.

Conhecendo a cidade: como montamos nosso roteiro, o que visitamos e o que vamos deixar para a próxima

Como sobreviver à comida mexicana

Cidade do México: Lucha Libre (update em 18 de maio)

Os próximos posts estão em produção. Dá pra ir babando nas fotos, que estão no flickr faz tempo 🙂

– Cidade do México: cultura, resistência e preservação (em breve – assine a newsletter para ser informado quando eu publicar!)

– Cidade do México: cidade para pessoas (em breve – assine a newsletter para ser informado quando eu publicar!)

– Cidade do México: bicicletas (em breve – assine a newsletter para ser informado quando eu publicar!)

Enquanto isso… fiquem com nossos amigos mariachis:

Cidade do México – comida, comida e mais comida

Na Cidade do México, onde passei uma semana nessas férias, (veja aqui e aqui) eu tinha um ritual matinal: diariamente, em jejum, tomava um copo de água e um comprimido de omeprazol. Esse ritual, dizem, protege o visitante da Maldição de Montezuma.

Dizem que é para não beber água de procedência duvidosa, apenas água engarrafada. Também dizem pra evitar sopas. Como Nossa Senhora do Omeprazol me protegeu a viagem inteira (a comida lá é frita, condimentada ou as duas coisas), chutei o balde.

Não, não tirei foto de tudo o que comi. E nem comi tudo o que fotografei, claro. Mas, sim, fotografei bastante coisa. Vai vendo:

Tacos de porco:

2015-03-03-Cidade do México
Boa parte da culinária mexicana é à base de milho, mas as tortilhas que vêm nos tacos são praticamente impossíveis de serem reproduzidas aqui. Bom, eu, pelo menos, não tou com coragem de comprar aquela farinha de milho Granfino com aquele mega símbolo TRANSGÊNICO, então até lembrar da feira de orgânicos no Campo de São Bento, não haverá tortilha.

Cid “El loco” vivendo peligrosamente: mal chegou, já lascou pimenta no seu taco:

2015-03-03-Cidade do México

A pimenta mexicana não é para amadores:

2015-03-03-Cidade do México

Aliás, não é para amadores MESMO:

2015-03-05 molhos

Nopalitos em tacos:

2015-03-05 nopalitos!

Nopal é um cacto que existe aqui no Brasil, conhecido como Raquete de palma:

2015-03-07 Piramides de Teotihuacán
A raquete de palma também é comida no Nordeste, embora não com muito orgulho (é tipo farinha, saca? Come-se pra encher, não porque é um prato chique). Pois fritinho e acebolado fica chique, sim, e sou a favor da popularização da raquete de palma no Brasil inteiro e VAMOS CULTIVAR CACTO, gente, porque isso é barato, floresce em qualquer lugar, é uma delícia. E contém, basicamente, água, fibras, vitamina C, minerais e ajuda a combater o colesterol.
Sério. Preciso me mudar pra uma casa e plantar cactos no quintal.
Na falta do nopal, dizem que o quiabo tem um efeito parecido. Não testei. Quero nopalitos. Nham.

Frijoles refritos (e michelada):
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Huevos rancheros (no café da manhã delícia do hotel):
2015-03-05 desayuno

Churros:
2015-03-03-Cidade do México

Não comi nada dessas barraquinhas. Amarelei. Mas bem comi uns chips (também condimentados, praticamente impossível achar algo não apimentado na seção de snacks tipo Elma Chips das lojas de conveniência:
2015-03-04 Bosque de Chapultepec

Nesta sorveteria, pensei: que sabor de sorvete eu não vou encontrar no Brasil?
2015-03-06 Coyoacán
Pepino com chili e figo com pisco, MAS É CLARO!!!!!!!

Paleta mexicana existe, sim. Mas você pode parar de frescura e chamar de PICOLÉ:

2015-03-06 Coyoacán

E é claro que deixei o mais pitoresco pro final. Vegans, BEWARE:

2015-03-06 Coyoacán

Sim. Rolou pozole. Aquela sopa que, na era pré-colombiana, era feita com carne humana – e nos dias de hoje sobrou pro pobre do porquinho. Leia aqui sobre a origem do pozole. Leva milho, tomate, rabanete, cebola, e mais umas coisas QUE NÃO RECONHECI. Mas você ir pro México e comer no McDonalds é demais pra minha cabeça. Uma vez no México, coma como os mexicanos. Tá no país, vai comer comida local SIM. A experiência precisa ser completa.

É só tomar seu omeprazol 🙂

Viajando para a Cidade do México – conhecendo a cidade

Aqui você descobriu que foi vantagem ir para o México pela Aeroméxico e que ficamos no charmoso hotel Casa de La Luna. Agora você vai entender como montamos nosso roteiro de viagem:

Em seis dias na cidades, nosso roteiro foi: 

  • Terça: chegada, reconhecimento de terreno, passeio a pé pelo Centro Histórico, Plaza de la Constitución, Catedral, mercado de Artesanias San Juan, Palacio de Bellas Artes.
  • Quarta: Chapultepec: Bosque de Chapultepec, Museo de Historia, Museo de Antropología.
  • Quinta: Rolezinho pelo centro (achamos uma galeria de arte com umas obras incríveis. Aiás, como a Cidade do México tem museus e galerias!), tarde de compras no Mercado de Artesanias La Ciudadela e um concerto de música clássica tradicional mexicana de uma galera com quem Cid fez amizade no dia anterior, numa biblioteca pública no Centro.
  • Sexta: Mariachis, Museu Frida Kahlo/Diego Rivera, casa de Leon Trotsky, praça de Coyoacán, Lucha Libre
  • Sábado: pirâmides de Teotihuacán, comunidade de artesão de maguey, rolé no Centro, bazar de designers independentes
  • Domingo: Prédio dos Correios, Museo Nacional de Arte, La Ciudadela (era nosso último dia, convinha gastar nossos pesos por lá), Museo Franz Meyer e volta pra casa.

Na hora de elaborar seu roteiro de museus e passeios, lembre-se do Google Maps. Pra gente, foi bastante útil descobrir que o museu de História do México, que fica dentro do bosque de Chapultepec e é do ladinho do fantástico Museu de Antropologia, então elaboramos nossos roteiros de passeios de acordo com a proximidade. A escolha do hotel foi pelo Centro Histórico, e também pela proximidade de pontos turísticos e da facilidade de transporte. Tanto que no primeiro dia, enquanto aguardávamos o checkin, conseguimos fazer um bom passeio a pé pelo Centro Histórico:

2015-03-03-Cidade do México

Arte. A Cidade do México tem arte por todos os lados.

No nosso primeiro dia, vimos desde a Praça da Constituição e a Catedral…

2015-03-03-Cidade do México
(os clichês de turista. Que a gente ama também, tá?)

Até maravilhas como o jardim vertical do lado do convento de Regina Coeli:

2015-03-03-Cidade do México
(patrocinado pela Garnier, mas quem liga? É lindo!)

Claro que nem tudo fez parte do roteiro. O lindo concerto dos amigos mexicanos na quinta-feira, por exemplo, foi uma grata surpresa. Os passeios pelo Centro Histórico lotado de gente, de arte e de vida no domingo (diferente daqui, onde o centro MORRE no fim de semana), a vibe #cidadeparapessoas, isso tudo nos fez fugir um pouco do previsto.

Não paramos um minuto. Se pudéssemos, ficaríamos mais um dia, para ir a Xochimilco, então acho que sete dias é a conta certa na Cidade do México. E, aqui entre nós, não fomos na coleção Diego Rivera nem vimos seus painéis. Quer dizer: precisamos voltar. Até porque fomos muito bem recebidos na cidade.

O metrô da Cidade do México é baratésimo e te leva para a cidade toda. O Centro Histórico é bastante movimentado entre as 9h e as 19h. E como a cidade é poluída e o trânsito é bem intenso em vários pontos, a cidade tem um programa sensacional de estímulo ao uso da bicicleta. Tem vários sistemas de aluguel de bicis aqui (alguns deles abertos para turistas), e tem muitos bicicletários espalhados, inclusive dentro de estações de metrô, tem ruas de comércio no centro histórico abertas apenas para pedestres e bicicletas, é bonito de ver.

Pra você que está fazendo turismo e batendo perna o dia inteiro, lembre-se de beber água e borrifar seu soro nasal de tempos em tempos. A temperatura aqui, mesmo no verão, não costuma ultrapassar os 30°C, mas o sol de meio dia é de lascar. Pense nisso se for às pirâmides.

* * *

Uma informação: a excursão às Pirâmides e a Luta Livre foram compradas aqui do Brasil mesmo, pelo site Viator, depois de muita pesquisa pra conferir a satisfação dos consumidores.

A luta sairia mais barata comprada direto pelo TicketMaster, MAAAAAAAS levamos a sério a recomendação de não pegar táxi na cidade, especialmente naquela vizinhança esquisita da Arena México. Achamos que, turistas pendejos que somos, estaríamos mais seguros levados por um local. Já a excursão às pirâmides também foi pré-comprada. Não sairia tão mais caro assim, tivemos guia local, zero perrengue (pois fomos de van) e ainda tivemos uma ótima surpresa que conto mais tarde, no post sobre as pirâmides.

Por ora, vá assimilando o roteiro básico e o número de dias necessários pra conhecer a cidade. Se quiser ver as fotos, estão aqui: https://www.flickr.com/photos/liaamancio/sets/72157651293725305/

E vá tomando seu omeprazol, porque o próximo post será sobre comida. 🙂

Viajando para a Cidade do México – vôo e hotel

Então decidimos passar uma semana das nossas férias (que foram em março, mas as últimas semanas foram tão intensas que não consegui escrever antes aqui) na Cidade do México: não exige visto para brasileiros, a passagem estava com preços decentes e era possível encontrar hospedagem também dentro de um nível de decência orçamentária, possível para o momento.

(e se você nem consegue admitir a possibilidade de viajar para o exterior em breve, que tal assistir a esse seminário sobre Detox de Dinheiro da Paula Abreu? Olha, juro que tem me ajudado bastante!)

A passagem foi comprada pelo Decolar.com, do que me arrependo um pouco (não é possível mudar a data, adoraríamos ficar mais um dia! – talvez fosse melhor ter apenas feito a pesquisa pelo Decolar e comprado direto no site da Aeroméxico). E a classe turística do boing da Aeroméxico está longe de ser confortável pra um vôo de 10 horas, mas como não teve conexão (não paramos em nenhum país que requer vacina, não tivemos malas transportadas de uma cidade pra outra), achamos vantagem.

Chegando no aeroporto, separe uns 300 pesos para um táxi autorizado, com tabela. Certeza que no taxímetro sairia mais barato, mas como dizem que os táxis comuns são nível Rio de Janeiro em termos de “dar volta em turista”, melhor não arriscar.

Já para a hospedagem, mandamos bem: minhas fontes de pesquisa foram o Booking.com e o Trip Advisor. Queríamos um hotel no Centro Histórico, que fosse hotel mesmo (e não hostel) e que tivesse wifi. Achei um que parecia bom e barato, entrei direto na página do hotel, tentei fazer a reserva pelo chat e o atendente me informou que não tinha mais vagas, mas que ele recomendava o La Casa de La Luna. Voltei ao Booking.com e ao Trip Advisor, e todas as resenhas eram ótimas. Agora também faço questão de recomendar La Casa de La Luna pra todo mundo: não é um hotel de luxo, mas é charmosérrimo, super bem localizado. Tem farmácia na outra esquina, taquerias, casa de churros, cafés e dezenas de lojas de instrumentos musicais no entorno, e fica razoavelmente perto de bares, comércio, metrô e alguns pontos turísticos (Plaza de La Constitucion, catedral, palácio de Bellas Artes, igrejas, mercado La Ciudadela, Mercado San Juan).

O hotel ficou nos devendo apenas o wifi, que passou por problemas durante boa parte da nossa estadia, mas pudemos usar o wifi do restaurante do hotel, onde comemos bem pagando barato e fomos muito bem atendidos pela equipe. Também achamos um pouco estranho o restaurante do hotel servir café da manhã apenas a partir das 10h e fechar a cozinha às 19h. Mas seu Roberto, gerente do restaurante, foi uma simpatia conosco, e voltamos para o Brasil amigos da simpaticíssima Valéria, outra querida. ❤

Ainda sobre o hotel, achei o máximo quando vi que o sistema de energia do chuveiro elétrico era à luz solar. E quando descobrimos que o próprio Simon Bolivar ficou hospedado lá em 1799 – sim, o hotel é uma dessas construções antigas tombadas pela Unesco, com pátio interno, bem do jeito que você espera quando chega no México:

2015-03-03-Cidade do México

2015-03-03-Cidade do México

(somos do tipo que faz turismo, sim, mas daquele tipo de turista cujos olhos brilham quando se fala em Simon Bolívar, Pancho Villa, Frida Kahlo, León Trotsky e arqueologia. A Cidade do México respira história, cultura e resistência)

Ah, sim. Se todo mundo que viaja pra cá recomenda que você beba apenas água engarrafada (e muita), e todos os mercadinhos locais vendem litros de água em garrafinhas e garrafões, deve haver um motivo, então não arrisque. Levar seu omeprazol (caso você tenha gastrite, como eu) é necessário, uma vez que mesmo o molho menos apimentado é condimentado pacas. Não esqueça do Floratil, Imosec (seguro morreu de velho), descongestionante nasal e antialérgico, porque o pessoal anda de máscara na rua, de tão poluído.

Que moeda usar no México?

Olha. Fui contando com dicas que achei na Internet e levei reais, alguns poucos dólares e meu cartão do banco (Visa/Banco do Brasil). Já li que poderia trocar reais em casa de câmbio, que poderia usar o cartão pra sacar em ATM diretamente em pesos mexicanos e que poderia realizar operações de débito e crédito de boa.

A verdade:

– Sim, é mais vantagem trocar reais diretamente aqui, já que, embora o dólar seja muito valorizado aqui, você pode perder nas duas conversões (quando for comprar dólares E quando for comprar pesos com esses dólares. Lembre-se que operações de câmbio internacional são taxadas – e bem taxadas! Então, embora um real compre cerca de cinco pesos, na prática, com as taxas, a cotação varia de aproximadamente 1 pra 4 (mas no sábado consegui comprar de 1 pra 5 no mesmo aeroporto, olha que coisa).

Mas, contudo, porém, tem um negócio: você só consegue trocar reais nas casas de câmbio do aeroporto. Essas casas de câmbio pequenas de rua só trocam dólares. Pode até ser que alguma troque reais, mas não achamos. Se você vai para a Cidade do México e não quer passar perrengue, leve reais, troque no aeroporto, mas leve dólares para trocar em qualquer lugar em caso de emergência.

Sobre cartão, certifique-se de que o seu funciona de boa, faça umas compras na internet antes. Marido tem Mastercard, tem limite, habilitou para uso no exterior e não conseguiu usar. Já meu visa faz até débito aqui, então consigo guardar os pesos apenas para os mercados de artesanato. Lembre-se das taxas quando for usar o cartão, para não ter surpresas desagradáveis. Mas lembre-se também que a taxa que você paga no câmbio é de quase 20% do que você troca, então usar o débito do cartão nem é tão desvantagem assim.

O valor a ser levado depende demais do quanto você quer trazer a cidade toda pra casa ou não. Come-se mais barato do que no Rio. Hospeda-se mais barato do que no Rio. Instrumentos musicais saem muito mais baratos do que no Brasil (já que você não vai pagar frete mesmo nem taxa de importação mesmo). Agora, se você se apaixona por caveiras, máscaras de luta livre, artesanato local e design independente, e precisa trazer livros e discos porque não vive sem isso, é bom levar uns pesos extras e aumentar o limite do cartão, sim.

Com isso, acho que você está pronto para viajar para a Cidade do México.

https://flic.kr/p/qC7xGa

(os próximos posts saem nos próximos dias)